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Mãe Preta, nosso novo projeto

No dia 23 de julho foi inaugurada a coletiva Crossover, na Galeria Monique Paton, Centro, RJ. Eu e Isabel Löfgren, em nova parceria, desenvolvemos o trabalho inédito Mãe Preta, uma pesquisa que nos levou a mergulhar profundamente nos últimos 6 meses no tema da escravidão no Brasil, passado tenebroso e ainda bastante desconhecido para a maioria dos brasileiros, marcado por separações, humilhações e sofrimentos físicos, morais e espirituais.

“Mãe Preta” inclui três trabalhos em fotografia e video, mostrados dentro e fora da galeria. A série foi baseada no encontro das artistas com a pintura de uma figura de uma escrava carregando seu bebê nas costas na porta da galeria, local de uma de suas intervenções. “Mãe Preta” era o nome dado às escravas cujo trabalho era ser amas-de-leite e cuidadoras dos filhos dos senhores brancos na época da escravidão, em detrimento aos cuidados dos seus próprios filhos.

Inspiradas por nossa maternidade recente e já tendo trabalhado com imagens históricas, reinterpretamos a pintura desta mãe escrava – esta já sendo uma cópia de uma litogravura do pintor alemão Rugendas (conhecido por retratar a vida cotidiana do Rio de Janeiro em meados do século 19) – com meios contemporâneos. Na série, retratamos um modelo masculino e simulamos (com a ajuda da estilista Margo Margot) as vestimentas e a pose da escrava como forma de pôr em questão a representação da figura materna na época da escravidão em relação a questões atuais sobre etnia, sexualidade e gênero.

 

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Bancos são como nosso humor

Esta semana a amiga Nil Caniné postou no facebook um incrível banco meio psicodélico encontrado no bairro de Wynwood Arts District, em Miami. Esse banquinho combina demais com o super alto astral que Nil sempre exibe por aí…

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Imagem de uma expedição

Uma coisa boa da Escandinávia é o enorme valor dado à história, às coisas antigas, ao colecionismo de coisas que um dia possam ser úteis. Ultimamente ando procurando qualquer publicação sobre o Brasil nos sebos suecos. É uma forma de investigar minhas origens,  e me interessa muito como o Brasil é visto de longe, já que eu, não vivendo no Brasil, o vejo de longe. Em um desses sebos encontrei um livro escrito por um cineasta-etnólogo sueco sobre sua exposição ao Amazonas nos anos 50. As primeiras páginas contém muitas imagens do Rio de Janeiro. Encontrei esta com a seguinte legenda: ” Araceli e as crianças passeiam no Rio lindo e ensolarado e descansam um pouco em um banco em um dos vários parques da cidade.”

One amazing part of living in Scandinavia is the value given to old stuff. Stockholm’s second hand stores are amazing. I have been recently looking for books written by foreigners about Brazil. It is always amusing to see how the foreign glimpses one’s own country. I found a book written by a filmmaker-ethnologist about his expedition to the Amazon in the 1950s. On his way there, he stopped in Rio, my hometown, and took some images of the city. Here is one of his family on a bench.

Imagem de uma expedição